Em uma bela noite, sob a luz de uma linda lua cheia e sobre o bambo galho seco de uma árvore, um brilhante corvo negro estufava o peito, pronto para abrir suas enormes asas e levantar voo. Num mergulho súbito, a ave rasgara o céu deixando apenas o rastro de nada para trás.
Desde então, por dias e noites o corvo seguira uma Raposa. Ele a observava por entre as folhas das árvores, que costumavam ser verdes, porém haviam sido pintadas de amarelo para o outono... O corvo observava a vida como um pequeno parasita.
Ao som harmonioso de um pôr do sol o corvo mais uma vez rasgou o céu em um mergulho. Ele se aproximou da Raposa e a fez sua única e sofrida... Caça... Ou amiga.
O Corvo obrigou o Coelho a conhecer o pequeno e ingênuo raio de sol que havia aprisionado nas grades frias do seu coração.
Claro, o Coelho se opôs a ideia, não era de se misturar com qualquer bigode, porém, aceitou descaradamente e pacientemente esperou a noite cair... E quando a Raposa se pôs a dormir, ele atacou... Tentou, mas ela era sensível e impediu... O Corvo começara a se arrepender de misturar neve com folha seca, o animalzinho aprisionado atrás das grades havia arranjado um jeito de fugir para os braços de outro alguém.
Em alguns dias e algumas noites a Raposa conseguiu convencer o pequeno porém grande floco de neve peludo, de que era sim digna de amor.
Logo o Coelho convenceu o Lobo de que havia mais um poeta entre as árvores.
O Lobo era amigo de todos, e acolheu, também, a pequena e frágil folha de outono em seu coração de mãe.
O inverno havia trazido consigo a real neve, gelada. Gelada como o Corvo que, agora, por noites e dias passara planejando o modo como acabaria com a traidora... Com a desalmada, com a ingrata, com a falsa, com a tortura...
Em uma manhã fria como os olhos profundamente azuis do Coelho, o pequeno raio de sol não acordou... Havia um buraco em seu peito, seu coração estava negro e nem ao menos podia sorrir falsamente como sempre fazia todas as manhãs.
Com os cuidados do Lobo e do Coelho a Raposa se recuperou. O Amor foi suficiente para que a ferida se fechasse...
Em uma bela noite, sob a luz de uma linda lua cheia e sobre o bambo galho seco de uma árvore, um brilhante corvo negro estufava o peito, pronto levantar voo. Ele abriu suas enormes asas e apagou as lembranças de todos... E assim, por mais dias e noites, continuou vivendo como uma mentira verdadeira entre as vidas dos que eram felizes... Ou que fingiam, ser felizes.
Porque hein? Porque Beatriz? Você acha mesmo que pode me enganar pequeno jamelão? De nada, por ser alguem que te ama, e obrigada por ser amada por você. <3
ResponderExcluirBeatriz,
ResponderExcluirMuito bonito ver a raposa cada vez mais fora da toca, respirando o ar da vida com alegria e coragem. Você está cada vez mais dona da sua escrita, e isso não é pouco. Parabéns pelo ótimo trabalho,
Luana